Ganhos e Perdas

Emanuelle Anastassopoulos
1 min readSep 2, 2020

--

Corre o jovem com a vida

sem saber o que lhe espera,

sabe só quem outrora esperou,

que correndo a morte se apressa.

Corre a criança

da morte; para ela.

Velhinha, entedio-me;

varro e vejo sujar;

gozo no resigno.

Quanto a morte, só em pensá-la

sinto-me mais umbigo;

não apresso o passo,

nem rejeito ou brigo.

Enrugada, reverencio o espaço;

assim o peso do tempo me desprende.

Na rua, ouço a surda poética

da vida presente.

Nos olhos labutados do pedestre,

estudo a magia de haver gente.

Aos meus ouvidos sopra o vento

que vem de longe e tudo sabe, pois tudo toca.

Quando nasci, já estava aqui;

o respiro desde o parto sem notar,

no profundo enfado de respirar,

que levo aos alvéolos a sabedoria inteira

dada a nós, só sabendo reparar.

Sign up to discover human stories that deepen your understanding of the world.

Free

Distraction-free reading. No ads.

Organize your knowledge with lists and highlights.

Tell your story. Find your audience.

Membership

Read member-only stories

Support writers you read most

Earn money for your writing

Listen to audio narrations

Read offline with the Medium app

--

--

Emanuelle Anastassopoulos
Emanuelle Anastassopoulos

Written by Emanuelle Anastassopoulos

Escrevo o que me sussurram. No BS é @manuanasta.bsky.social

No responses yet

Write a response